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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Se eu fizesse a letra, você me daria o tom? Acredito que assim surgiria daqui esta música que nos bastaria, seríamos assim som e letra, porta do céu, vasculho dos infernos pessoais , entulhos humanos, arcanos...Arcanos! Isso! Arcanos...Você me daria uma canção pela qual viver e sublimar a minha humana condição? Porque tenho tanta busca lacrada nos porões da minha mente, tanto mapa de felicidade rascunhado na solidão de minha ânsia demente, papéis a cumprir (até bem projetados), mas tudo racional por demais...sequei a planta do amor por falta de tempo e excesso de zelo, tomei chá da raiz da amargura do crer-me só. Daí a urgência desta canção que me arrebatará de mim, que me salvará de meus pensamentos recorrentes, que me dará algum alento e me acolherá com uma certa misericórdia, mesmo! Então, eu pergunto de novo à você: se eu gestar a emoção, e se eu fizer a letra, e se eu parir a palavra oculta, você me faz esta canção que, finalmente, me deixará dormir o sonho dos perdoados?

segunda-feira, 21 de maio de 2012

E porque o amor me chamou e ouvi sua voz dentro do meu peito, eu já não respiro mais em falsete: completamente tomada, me alimento de alvoradas novas. E porque o amor me chamava eu deixei para trás lágrimas sem conta e tornei-me semeadora de desejos e sonhos outros. E Porque me chama o amor, eu percebo gentes que lá antes não havia e meu rosto é o rosto de qualquer homem que sonha e luta e cresce e morre. Por que me chamaria o amor,
se eu não tivesse ouvidos para ouvi-lo? Em sua sabedoria o amor vislumbra os corações que tem fome e sede de vida.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

gravidade

Não há terra o bastante para me manter no chão. Gravito em torno de mim e das coisas todas, como se fora um planeta em convulsões. Ardo sem sol. E as chuvas já me deixaram há tempos. Dentro dos dias, sigo o roteiro esperado. Dentro das horas, a rotina me come com lentidão e de forma insana. Passo por homens que não reconheço e isso não me comove ou impulsiona para eles. Somos todos estrangeiros que coabitam, cada um carregando sua bagagem incógnita, pesada, permanente. Minha ausência de gravidade é uma ponte para fora da loucura que é estar. Sonho, ainda de olhos abertos, ao longo dos fatos, das fotos, das fissuras na alma. E esta minha sensação de que vou correndo para lugar nenhum, junto deste "gado" que me cerca, é que me faz verter ainda alguma lágrima. Preciso, com inexorável urgência, resgatar a minha humanidade.