eu vivo desviando meus passos
destes estilhaços todos aqui, pelo chão
e evito fazer muito alarido
porque meu coração atualmente se assusta
e corre em desabalada loucura se perdendo
eu tenho ficado à espreita do momento certo da palavra santa
do olhar que me salva
mas confesso-me um tanto cansada
de cerzir e de remendos
de estações e cais oportunos para o desembarque
de me agarrar febrilmente aos álbuns de fotos
veja só eu que sempre comprei minhas batalhas
agora ergo bandeiras de apelo de paz
será oportuno dizer da minha pouca vontade
para delongar debates e explicações óbvias
acho que de alguma forma envelheço
rapidamente
e as coisas todas me parecem passageiras demais
para tanto esforço despendido com o ficar por aqui
entre eu e o outro
como se fosse uma questão que estivesse atada
a tão somente uma escolha.
Uau!
ResponderExcluirIdentificação... Projeção...
.
Fez-me lembrar:
DIA DE CHUVA
O ar é de um amarelo escondido, como um amarelo-pálido visto através dum branco sujo. Mal há amarelo no ar acinzentado. A palidez do cinzento, porém, tem um amarelo na sua tristeza.
Fernando Pessoa
°
Ah, minha linda...Obrigada, viu? Bj no coração!
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