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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Batidas de um coração

Eu não sei quem tanto bate...
bate a porta do meu coração,
com violência tamanha,sem dó ou consideração.
As dobradiças
bambas,
parafusos pelo chão,
descasca-se a tinta sentida,
desfaz-se o portal da ilusão,
batendo-se, incansalvelmente,
porém,
não sem dano aparente,
na face da minha desdita,
troçando da cantiga sofrida de quem fechou-se a penar
Por que a porta arremessada,
com força desmesurada,
com ganas de destruição?
Deixa quieto este quarto pequeno,
deixa um pouco sereno
um guerreiro repousar
que as botas lhe estão gastas
que as suas armas são castas
que doce é deixar-se amar.
Então quem bate esta porta, em vias de destroçá-la?
Descoberto, o ventre exposto
vai o alcança-lo o desgosto
e, mesmo vendo-lhe o rosto
não o poderá poupar.
Mas bate a porta uma duas vezes sem conta a afronta
tento em vão eu mesmo acalmá-lo
embora não tenha reparo
este seu me abandonar.

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