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segunda-feira, 5 de julho de 2010

Caçador e caça

Alivio a tensão.
Relaxo os olhos.
Respiro.
Devagar, os dedos se mexem.
Testo os reflexos.
Domínio.
Mas não me levanto - as pernas me faltam.
Para prosseguir, é preciso querer.
E de tanto querer, adoeço.
Fascínio. Isso, do querer.
Torna os destinos complexos.
Meu próprio coração, e eu, o desconheço
as veias saltam.
Na sua presença, não há escapatória:
estou nua, crua, no avesso.
Suspiro.
Sou uma nau rumo a Abrolhos
o impacto é inevitável - também o naufrágio.
Entre uma transpiração e uma aflição, um único estágio:
martírio.
A paixão é combustível
altamente inflamável!
- implacável no seu devastador consumo.
Engatilhei o desejo: atiro.
Depois de abatida uma presa
sucumbe toda desavença.
Deliro.
É viciante perder o rumo.

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