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terça-feira, 6 de julho de 2010

Nostálgica

Do outro lado da rua, o vejo
Entre nós, fluem carros alvoroçados num frênesi no asfalto
Impiedoso, o sinal é totalmente indiferente à minha aflição
minhas mãos estão alertas
minhas pupilas muito abertas reafirmam a visão
de que é ele do outro lado desta rua
Minhas narinas farejam por mim neste outro
e parece que um alarme estridente soou aqui nalgum lugar
pois tudo em mim desperta num brusco surto
um tranco
no estômago e na memória
Vejo o tempo ao lado dele me encarar
e me mede me testa me afronta
por ele passamos correndo contra nós mesmos
como ratos tontos num labirinto
agora o tempo se arrasta entre nós quase rasteja - cobra
E vem o bote:
seu olhar atravessa a rua e bate no meu rosto
me chega como uma lança fazendo música ao cingir o ar
Tudo fica suspenso
Não me atrevo ao espanto tomou-me um espasmo
reconhecer-me-á?
Revelando o antigo sorriso, constato:
de fato, almas gêmeas peregrinam por este lugar.

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