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quarta-feira, 20 de junho de 2012



A lavanda infesta o ar, como um enxame de emoções desprendidas, de repente. Não soluço, não conto tábuas, não mais. Antes era um tempo só imaginado, esperado com gosto de promessa de filho. Mas ele ficou velho e,  hoje, é este rascunho de festa que nunca acendeu as luzes. É o preço que se cobra (mas não se recebe): entregar-se. Desde então cubro o espelho com uma toalha velha e ressecada. Não preciso que me recordem esta alegoria na cara. No mais, vou quase sempre dormir. Sem sonhos. Eu morri um dia, e ninguém nunca me dissera antes que se pode morrer vezes sem conta. O problema, é que também ninguém responde, por que cargas d`água você cruelmente sobrevive e retorna. E é quando se passa a ter pousado, na cabeceira da sua cama, o medo. Vê só?! E ainda lhe diziam, ainda criança, que não existiam monstros a temer dentro do seu armário...

2 comentários:

  1. Lindo o seu texto com cheiro de lavanda! Inspirador como um perfume. Doce como todos os seus textos, os anteriores, que aproveitei para reler e deliciar-me uma vez mais.
    Estou muito fã?... Sou mesmo!
    Ana Liése.

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  2. Faço das palavras acima as minhas!

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