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quinta-feira, 8 de julho de 2010

De manhã

A manhã entra porta a fora
nem me salda direito e já vai me aquecendo nos seus braços de sol
ou emoldurada de chuva
me lava a alma e a noite dos olhos
Nos cabelos as revoadas das aves matinais
um ensurdecedor som de vida brota de sua boca
e ela se ri de meu molejo meu lerdar
Entre os seus seios, um cheiro de ruas de pó de frutas mesclado a desejo
um irreprimível desejo de imprimir mais um dia em meu contexto existencial.
Sua veste, diáfana
bordada de sonhos a realizar pessoas a conhecer formas a redescobrir
projetos e planejamentos a cumprir
Ela sempre me chega assim trajada para sair
e me arrasta sem permissão ou a preocupação de me questionar
se quero segui-la
mas não posso decididamente ressistir a ela
generosa farta voluptuosa manhã
Apesar das suas promessas que não se cumprirão
das metas que não serão alcançadas
das frustrações
das estradas que não trilharei uma vez mais e
talvez
até de não poder vê-la mais amanhã
me deixo envolver por ela qual a entrega ao amor
entre torpor entre delícia e dor
sempre persiste por ela uma inabalável fé quando me chega
embalando um novo alvorecer!

Um comentário:

  1. manhã ... nos desperta sempre... também nos anima para mais um dia de vida, concedida. aproveitemos cada instante, cada momento, cada pensamento.
    Que alvoreça de forma redobrada sua fé a cada manhã.
    bjs no teu coração...
    Edno Araujo (E_Oliver).

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