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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Figuras urbanas IV

bom dia! boa tarde! boa noite!
e corre para abrir a porta pra d.Ana, coitada,
que a porta é um peso só, e ela, fraquinha, pequena
vixê! lá vem a empregada do 201, com aquela saia que não pára quieta no lugar
ela bem que gosta de fazer a saia dançar: vai lá, vem cá, vai lá
ah! que isso lhe valeria uns bons duns beliscões da atenta esposa!
e a danada da menina bem que ainda manda uns olhares de soslaio... BÉIMMMMMMM!
susto com interfone, sempre, não se acostumará nem em mil anos
- severino, a luz aqui do corredor apagou! o síndico tá no prédio?
-tá ainda não, d. Márcia, mas deixe que deve ser bobage,subo aí e troco a lâmpada
-ok, mas não demore por favor!
péssima hora pra deixar a portaria sozinha, seu Claúdio tá chegando
se pega portaria sem ninguém vai di-re-to no ouvido do síndico, danêra!
olha triste, magoado mesmo, o celular que,
num silêncio sepulcral o dia inteiro, Amelinha não tocou pra ele
mas Deus me valha que lá vem descendo a empregada do 201 e aquela saia
ô, saia desassossegada, meu padim!
e corre pra abrir a porta do elevador pra d. Alice sair com o cachorro,
e socorre seu Paulino com as tantas sacas,
e atende o interfone pra ouvir d. Márcia reclamar
bom dia! boa tarde! boa noite!

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