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sábado, 5 de junho de 2010

A minha mão estranha o papel
e meus olhos se recusam a decodificar as letras à minha frente
Parece-me que miro um enigma
acho que minha cabeça cansou de pensar
e fui embora de mim sem eu me dar conta
porque vou a lugares que não quero falar com gente que não desejo
e como sem gosto o que me servem sem se importar
Os pincéis estão duros a tinta se recusa ao toque
minhas telas brancas não me revelam mais nada
a não ser
este meu conhecido mal de ausência
Eu poderia tentar buscar
alguma referência uma lembrança boa uma graça na frase
mas é areia movediça
porque meu medo de lembrar é maior que minha vontade de não esquecer
e porque não sei se ainda quero
de verdade
lutar pra respirar
fazer força pra sair da cama e ir brincar de rotina
Eu fui no voo passarinho
eu fui na janela do ônibus
eu fui no rosto do estranho
pela metade. Só pela metade.

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