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quarta-feira, 2 de junho de 2010

O papel amarelou sobre a escrivaninha
e a caneta observava aquela indagação
sob o tempo o mundo calara
esperando o gesto seguinte que não vinha nunca
a resposta planava sobre todos
mas não nascia de jeito algum
Os olhos perderam a noção das horas
espetados numa curva que se desfazia distante
como se alguém fosse revelar seu semblante
a qualquer momento
Mas as horas deram lugar aos dias
e os dias traziam noites cada vez mais escuras
e aquela curva ficava impressionantemente
mais comprida mais disforme
Então as coisas se acostumaram àquele silêncio
e as árvores e o capim cresceram indiferentes
Só os olhos não tinham paz
boiavam ora tornavam a afundar afogando-se
naquele oceano de espera.

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