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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Pra quem já teve (?) um grande amor

E

tem aquele amor que nunca vai embora

aquele tipo de amor

que faz você se envergonhar por sentir tanta inveja

quando vê dois jovens agarrados contra o muro

ou

alheios ao óbvio e indiferentes à fragilidade de um segundo

se sentarem abraçados

quase entrelaçados

tão imersos um no outro

que o mundo já não lhes convêm

ali, num banco de jardim

Aquele amor que não se gasta

que não tem consolo curativo de amigo que dê jeito

que não há outro amor que dê jeito

que não tem tempo que por mais que passe dê jeito

Um tipo de amor que quando acabou

fez você jurar que ia morrer e...

droga! Você não morreu

e outro, o outro também não morreu

A vida seguiu como nada tiveste visto previsto programado

as canções como se não tivessem sido balbuciadas

as mãos como se nunca tivessem ficado embaraçosamente suadas

as esperas como se nunca tivessem parecido eternas

escritos não tivessem sido todos os poemas

incontáveis juras não tivessem se acasalado à alma

ou a respiração tanta vezes parado – parava, eu juro!

Aquele amor que você deseja uma vida inteira conhecer

e daria a sua vida inteira pra não ter sentido

porque cala tão fundo, tão vívido, tão amargo

que é bom, é muito, muito bom

mas de que você nunca terá certeza

absoluta certeza

se não teria sido até melhor não o ter vivido...

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