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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Gosto de uma noite sem legendas

Estes pedaços me incomodam

espalhados sob a minha pele e tão aguçados

tão plenos ainda de aromas que foram deixados

lá trás

Me sinto deveras desconfortável

com esta voz estagnada na porta dos sentidos

me fazendo a garganta arranhar

e matando as canções que fui capaz de decorar

Eu estava plena pronta atenta

mas meu suprimento de amor em baixa

me expôs

Que raiva

sua saliva ter sabor próprio

sua textura ser tão viciante e cínica

você ser tão desconcertantemente essencial

perplexa

assisti você me chafurnar a alma

violar o receptáculo do meu peito

e se expandir como uma raiz, em silêncio, sem descanso

enquanto exalava um pretexto de promessa

um olho de pedido adocicado

sem professar palavra

Então

bem-vindo o fim de tudo isso

porque assim deve ser: começa e termina

sem muito se ter onde se segurar.

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