Total de visualizações de página

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Pra você (e só podia ser)

Pra você eu comporia
uma canção sem distorções
com acordes tão perfeitos que faria calar os anjos
pra você eu escreveria aquele poema
impublicável
de rimas de corar as margaridas e fazer os pássaros rir
pra você e só pra você
eu revelaria meus medos com cópias
e estamparia em preto e branco
as cores que me enchovalham as manhãs
era pra você que eu soprava bolhas de sabão
e era com você que eu falava
de amigo imaginário pra amigo imaginário
porque pra você eu vim pelas tabelas aos trancos
folheando o mundo e inventando a minha história
costurando tudo com vontade e sede de chegada
e assim
depois de tudo isso com você
eu despertaria deste trânsito frenético entre tantos mundos
e aportaria
voluntária e sofregamente
em definitivo enlevo e no expurgo de meus fantasmas
na beirada rosácea da sua boca.

Nenhum comentário:

Postar um comentário