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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Reminiscências II

de onde diabos você achou que poderia
me voltar assim com este peso todo
com este cheiro mesmo
com este rosto gasto
e meu retrato na carteira como um velho troféu?
mas que é que lhe deu na cabeça
pra me acordar de novo no meio do mundo
deste meu sonho profundo da sua não permanência?
já não senti por nós dois o bastante
já não desfiz laços o suficiente
já não treinei adeus por toda uma vida?
e a ferida ?
você considerou toda uma vida de saudade?
mas eu nem sei onde estou que não desabo aqui mesmo
e eu achando que as catástrofes eram lá no Japão
tanta noite dessonhada tanta hora roída
tanta força pra não procurar de novo a sua presença
e você me surge no auge da minha sanidade
desta vez pra derrubar minhas vontades
só com um sorriso
só porque não havia nada melhor a fazer
senão me revelar o que eu me neguei
senão me postar frente ao duo do espelho
que não me poupa que não me orgulha
mas que debulha a minha alma na sua frente
outra vez

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