Total de visualizações de página

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Conversa íntima

Venerável senhor, Meu Coração, desculpe vir a estas altas horas o incomodar,
mas é o que seu silêncio me deixou preocupada e, como não estava fazendo nada,
pensei vir por aqui e ver como está...
Sabe, sua porta está fechada e fiz eu mesma, uma força danada, pra desemperrar
já nos conhecemos há algum tempo e se por acaso, algum grande ressentimento,
o fez hibernar assim, erguer um muro, calar sua voz,
sinto que esta situação deveria ser partilhada, no mínimo, entre nós
Afinal, sabe que lhe tenho apreço e o seu descaso com tudo eu não mereço,
uma vez que do resultado disso vou participar!
Olhe, a vida é complicada - amor, então! Nem digo nada,
mas o bom disso é se arriscar! O senhor, certamente, não é lá muito diferente
de outros corações que acompanho e, se ocorre algum dano, acredite,
sempre um jeito qualquer se pode dar!
Mas trancar-se assim pra novas oportunidades, não perceber que a idade de ouro o chama,
e não permitir que seu potencial proclame o que pode proporcionar,
é um crime, um vacilo - na gíria mais corriqueira - uma besteira sem par!
Tem tanto coração por aí carente e desocupado, tanto amor pra ser vivido e provado,
o senhor nem pode imaginar! Então, me desculpe a sinceridade,
mas não tem mais idade pra devanear, chorar pelas ilusões, pelas fantasias.
Já desfrutou de muita alegria, é rico e pleno, tem terreno pra plantar
um querer maduro, seguro, sem arrependimentos, um poder, sereno,
de se entregar e viver, sem medo nem culpa, a tal da felicidade.
Dito isso, boa noite, passe bem, não se esqueça de que lhe quero bem
e de que espero
alguma boa novidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário