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segunda-feira, 16 de abril de 2012

de paredes fechadas

as janelas permanecerão fechadas - desculpe-me, sol, meus olhos doem.
não consigo mantê-los fechados sem ver você: fecho com firmeza, quase dói,
para não perder nenhum detalhe, e as sensações que sobem como quem espana pó.
percebo minha indolência e me absolvo totalmente. posso me dar ao luxo de ficar aqui,
e reconheço meu silêncio como algo que se come frio, como a vingança - no caso, isso me enoja.
não tenho mais desculpas para dar aos amigos que me chamam pra viver. só por agora,
estou stand by, compreendam. tão vital quanto beber ou respirar. só não quero
achar a vida interessante ou bonita, neste exato momento.
renuncio, pronto! abdiquei.
volto a me revestir de lençois, volto a trancar os olhos conosco lá dentro, a sós.
e aspiro avidamente o perfume que fabrico na mente, de memória
aquele que eu sempre disse a você pra usar quando fosse me encontrar.
é nele que confio, nesta hora, para encontrá-lo, aqui, neste quarto só de mim.
resisto às demoradas despedidas e longas falas - no caso, isso me assola.
sol, volte amanhã. mas, olha, sem garantias.

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