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segunda-feira, 16 de abril de 2012


estou cansada mas minhas mãos teimam: querem falar neste teclado negro.
humildemente obedeço - sufocaria neste manancial de palavras
que me abrange como um grande oceano que se esvai para a terra curta e assombrada.
sou uma ilha, uma ilha seca e dura, uma ilha daquelas que se abrange a um só olhar:
não acumulei grandes segredos, nem me preocupei em cultivar nada incomum.
todo aquele que aqui se abriga conhece várias faces de um mesmo abandono
- sou uma ilha que não foi mapeada ou ornada de chamarizes - só uma ilha,
como tantas.
tenho porém a particularidade de não ter querido mais que isso (a benção dos isolamentos).
os pássaros passam, longe, longe. de longe em longe passam também outros homens
(mal os ouço).
desta largueza entre meu eu e o mundo vão conchas, rochas, mares entre mares.
agradeço a companhia dos restolhos que bóiam e me trazem notícias de lá, este vasto horizonte.
e para quem pensa com dores na solidão, nada me é mais familiar...sou uma ilha...
lembra?

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