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segunda-feira, 16 de abril de 2012

e eu não faço por menos!

ah, eu beijei a sua boca com tanta sede, tanta angústia, tanta fúria, meu Deus
uma fúria santa, perdoável, acessível, uma fúria de sons divinais e assombrada de cores.
eu perturbei os anjos com a minha chegada brusca e tresloucada - que faria eu?
sufocada numa saudade que ia me afogar, que ia me arrebentar por dentro, como quem rompe comportas.
e eu toquei você como se não confiasse em meus olhos, toquei você com dor e força,
numa urgente necessidade de acreditar que meus dedos eram reais, que estava acordada, entende,
que eu podia abrir as pupilas, dilatá-las como os gatos fazem no escuro e você...você ainda estaria ali.
eu queria entrar em você e me refugiar na sua partida, pra ir junto sempre pra onde seus pés nos levassem.
como eu vou saber se amanhã eu estarei aqui? por que o desgraçado do amor não dá garantias?
por que se morre de tanta vida, como quem submerge em si mesmo?
e eu preciso agora beijar você de novo, que eu já cobri você inteiro com meus olhos e não bastou.
eu quero a sua alma, como eu sou egoísta! mas eu quero a sua alma.
não a eternidade, não a promessa, não o eterno enquanto dure - a sua alma!

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