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sexta-feira, 14 de maio de 2010

Manhãs

O sol queima as folhas com um beijo
e um vento sem rumo rompe as teias todas
cavam a terra criaturas disformes
e é quase um canto o estalar dos galhos mais altos
Toda a paisagem se descobre
retirando a névoa leve da manhã
se um pássaro se atreve ao canto
outro o abafa
num alarido mais forte
Ouço água
mas não vejo fonte
Ouço patas
de um trotar distante
e o barulho do mundo que acorda
é quase uma dor
Uma roda que não para
um movimento que não cessa
uma rotina que não se expressa
mas que vai moendo os dias
movendo a vida
tocando
cidades, bichos e crianças
que passam correndo para a escola.

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