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sexta-feira, 21 de maio de 2010

Ilusões II

Trago dentro de mim
este rio
que ouço noite, dia dia e noite mas desconheço
o trajeto
dias de quedas profundas
noites de plácidos murmúrios
noites de transbordo
dias de estressantes corredeiras
Trago este rio
que me percorre cavernas e labirintos
limpando meus instintos assoreando a memória
cantando um canto antigo
de gentes que não conheço mais
um rio negro um rio claro
um rio sujo um rio limpo
de margens gastas devastadas pelas força de alguns temporais
Um rio que conduz por mim as estranhezas
que me chegam daí de fora
e leva embora os resíduos que coleto
um rio de rostos afogados
em minhas muitas lágrimas
um rio de águas aquecidas
pelos meus muitos afetos
Nas suas águas vejo refletidas
as vitórias que virão
o filho a ser gestado
a rapidez de um futuro e de um passado que se fundem
num só turbilhão
dentro da minha vida
que escoa
como um rio.

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