Tenho um vulcão dentro do peito
dormente
dormindo
Ao acordar
ele abalará meus alicerces duramente erguidos
sofregamente mantidos
e rachará meus castelos de sonhos
Provocará o desconforto de enuviar-me as feições
e todos a minha volta
estremecerão
porque o barulho alheio desperta
os demônios internos dos outros.
Este vulcão dentro de mim
cuspirá o conteúdo abafado
calado à força
de minhas emoções tão bem dissimuladas
e acabrunhada
me verei despida
no meio das gentes.
Alguns dirão
que sabiam que lá ele existia
no fundo das coisas todas
camuflado
e que era inevitável que um dia despertasse assim
Outros de mim dirão
que desconheciam esta minha natureza traiçoeira
pois terei me atrevido a ser eu mesma
com entranhas a mostra e bases desfeitas
irrompendo
com meus velhos padrões
derramando
sobre meus próprios pés
as indigestas questões que me incendiavam
arrazando meus cenários perfeitos
desfazendo meu perfil comportado.
E enquanto as chamas tudo queimam, tudo consomem
eu rirei
do espanto, do espasmo, do atrazo
dos que se escondem de si mesmos.
eu estou sinceramente muito encantada! Você escreve coisas maravilhosas, eu adorei, muito mesmo!
ResponderExcluirbjs, Letícia