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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

(...)

pensei que tinha pernas o suficiente para fugir de você.
bem, não tenho. e pensei é claro, que tinha espaço o bastante para me comportar.
é. não posso comigo, contida em minhas fronteiras fracas e aparentes.
em você passo todas as estações à beira mar, afogada e feliz.
apenas em você minha melodia se engraça com a letra da canção.
em você morro vezes sem conta, voltando a vida com fôlego novo.
apenas com você a seta da bússola condiz com a direção correta pra mim.
em você os meus olhos enxergam com a pele, com a boca, com a respiração.
apenas com você acontecem estas coisas intrigantes e gritantes,
que não ouso negar, embora delas me envergonhe (ou mais me assustem).
você dá o tom certo na minha medida e cabe perfeitamente na minha mão.
é duro ver-se assim, tão em conforme com outro corpo, tão formatada;
mas é difícil não relevar o fato de que, quando sou com você,
sou acompanhada do melhor de mim.
e todas as vezes que acho que me reconheço,
tropeço em nós dois, de novo, por fim.

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