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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

marcos e marcas

cicatriz
ao longo de mim mesma a fina linha que demarca
o limite entre a vida e a partida - sofrido adorno
no contorno do meu corpo só - um chamariz
de minha consciência sobre minha impermanência no mundo.
cicatriz que me diz que sangro e choro, que supero e me alterno
entre lá e aqui.
a verdade abstraída de uma ferida que se fechou, que se lacrou
e me deixou persistir em meus planos e caminhos.
quase um troféu, uma costura que manteve as coisas no lugar
algo a superar, algo superado.
aquela que não vejo e por vezes é na alma que habita
orgulhosa e silente como uma condecoração que testemunha
o sobrevivente em mim - posso prosseguir
e de novo me dar ao experimento do amor que sucumbe
da amizade que se vai, da decepção que lanha como lâmina.
cicatriz rima com a vontade de me reconstruir - ponto a ponto.

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