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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

caleidoscópio

não me observe tão de perto - eu me acanho.
perto demais e você enxergará as ranhuras da minhas pele
- já não sou tão jovem
as cicatrizes fundas do meu coração de andanças
- já vivi meus amores tortos e doces
a expressão cansada dos meus olhos, um tanto baços
- já ventou muito aqui, dentro destas órbitas.
se afaste um pouco - meu hálito é acre
das coisas que me fizeram engolir à força.
fique de lado, assim, observador indireto
para que meus gestos, por vezes largos, não o tirem do trilho.
tenho mais brilho vista a uma certa lonjura
- como as estrelas, que mesmo mortas, luzem para os desavisados.
além disso, meu caro, a minha palavra, a esta distância, corta.

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